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VIAJANTES (2013)
Os meus olhos não veem coisas, mas antes imagens de coisas que significam outras coisas. Nas obras que exponho inspirei-me em insetos, conferindo-lhe uma forte carga simbólica. Faço o apelo desafiante ao Ver. É o olhar que nos conduz sempre a Ver, nem sempre o que é belo e bonito ou o insólito e bizarro, mas o totalmente outro.
Existem duas formas de cegueira: a perda de visão – a genética ou adquirida; e o evitar ver, o ocultamento defensivo, daquilo que nos incomoda, que nos pertuba ou que simplesmente repelimos. É também o olhar que nos possibilita observar, compor formas, identidades, percursos, definições, estereótipos e até mesmo preconceitos.
Na tela não empresto somente um dos cinco sentidos, mas a união de todos os sentidos que traduziu o meu olhar. Não pretendo realçar os insetos pelas suas esculturais formas, nem pelas perfumadas e maravilhosas cores que utilizei. Para mim o que importa é o que está por detrás deste Outro, e talvez, de mim própria...
Na inquietude e no movimento que caracteriza o inseto, procurei diferenças e semelhanças como alguém que olha o mundo como viesse de fora. O olhar do viajante.